
«Salazar entrou devagar na minha vida, sem eu dar por isso, ainda na minha infância. Quiseram logo a seguir separar as nossas vidas, mas revoltei-me e não deixei. Acompanhei-o assim até ao fim da vida dele.»
Durante 35 anos, Maria da Conceição Rita privou com António de Oliveira Salazar. Nenhum laço familiar os unia, mas com apenas seis anos, Micas, como Salazar carinhosamente a chamava, foi viver para a residência do «Senhor Doutor», por intermédio da sua familiar (por afinidade) Maria de Jesus Freire, a governanta de Salazar. Na primeira pessoa, a pupila de Salazar conta-nos os gostos gastronómicos do seu «protector», descreve o seu quotidiano até agora desconhecido, evoca as fábulas que o Presidente do Conselho lhe contava ao adormecer, recorda tanto as lições de tabuada e História como as raras confissões políticas que ele lhe fazia em passeios nocturnos pelos jardins de São Bento, explica a forma como a economia doméstica de São Bento era dirigida.
De Dual a 28 de Novembro de 2007 às 15:27
Quando vi a notícia do lançamento do livro pensei que seria interessante conhecer a versão de alguém que lidou de perto com Salazar, mas confesso que, depois de ter ouvido a autora a afirmar que não acredita que os crimes que se cometeram eram do conhecimento do seu protector e que era a PIDE que os cometia sem que Salazar tivesse conhecimento, perdi a vontade.
Boa leitura
De
Luz a 28 de Novembro de 2007 às 16:38
Olá Dual,
Eu não vivi na época de Salazar e julgo que por isso tenho tanta curiosidade. Funciona um pouco como mito. Tudo o que sei para além do que estudei e li é de ouvir a minha família contar como era. Tenho dois opostos. Um lado diz que gostava o outro detestava...
Sei que tudo é dual (gosto tanto de brincar com isto) mas julgo que nenhuma das duas opiniões está correcta. No meio-termo é que este país poderia estar perto de andar para a frente.
Fica bem
De Dual a 28 de Novembro de 2007 às 17:27
Olá de novo! 
O nick dual tem mesmo essa intenção 
Concordo inteiramente com o "meio-termo" só não me parece que a opinião desta senhora seja isenta. Porém, acredito que seja possível retirar alguma coisa de útil desta leitura, desde que se consiga algum distanciamento e ter em conta que a afectividade pode enviezar o discernimento da autora.
Mas como tudo é dual, esta é apenas a minha opinião e motivo muito forte para não o ler.
Beijinhos
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