Acho que nunca estive tão perto de um Ano Novo com tantos pensamentos na minha cabeça.
Não gosto das passagens de ano, não me dizem nada. Todos os dias agradeço ter acordado de manhã e ter chegado ao fim do dia, cada dia é um dia e a passagem de ano para mim é isso mesmo. Mas este Natal pôs-me a pensar...
Durante muitos anos disse que fazia isto ou aquilo porque tinha de ser, porque era assim, porque era politicamente correcto blá blá blá Depois passei a fazê-lo apenas com a família e pessoas mais chegadas.
ACABOU!
Este Natal fez-me ver que não vale a pena. Esgoto-me para nada.
Este Natal foi passado em casa da minha mãe. A minha vontade de ir não era muita, mas o meu marido lá me fez ver que certamente deveria... e lá fui...
Para além da minha mãe estava lá o marido dela (óbvio) e a filha do marido dela e respectivo marido... ela é filha do primeiro casamento dele, tal como eu sou filha do primeiro casamento da minha mãe.
Nós não nos amamos. Eu sou muito frontal, coisa que ela não gosta muito, e ela é muito hipócrita e interesseira coisa que eu não gosto nada.
Passei lá o Natal porque o faço sempre, mesmo sempre, ao contrário dela, daí o meu marido me ter convencido a não mudar essa realidade. Eu visito-os todas as semanas e telefono todos os dias. Ela nunca os visita, a não ser que precise de alguma coisa (entenda-se monetária) e nunca telefona. Chega por vezes a não atender ou rejeitar as chamadas do pai e nunca telefona de volta. Com a mãe nem sequer fala...
Eu tento conter-me, tento aguentar, tento não me passar com tanta hipocrisia, tudo em nome da paz da minha mãe.
ACABOU!
Eu também mereço paz!
Não tenho, nem quero, ter de lidar com este tipo de hipocrisia. Não quero ter de estar debaixo do mesmo tecto que eles e muito menos tenho de aturar um gajo (o marido dela) que é das maiores bestas que conheço e que em dado dia se atreveu a fazer mal ao meu filho. Isso até nos levou a não permitir a entrada dele cá em casa.
Nem em nome da família (este caso a minha mãe) vou continuar a exercer o politicamente correcto, e logo eu que não o faço em nenhum sector da minha vida.
O que me fez mudar?
Tristeza. Todo o ano eu me esforço, todo o ano me sacrifico, todo o ano me preocupo e todo o ano sacrifico a minha família (marido, filho...) e prol de outros. Não só o faço pela minha mãe como também o faço pelo marido dela que não é meu pai, não me é nada. E se a minha mãe merece e muito tudo o que por ela possa fazer, ele nem por isso.
Quando a filha está (aquela que só está uma vez por ano quando não é uma vez de 2 em 2 ou 5 em 5) eu viro m#$%a, eu que sou aquela otária que me reocupo o ano inteiro, a otária que faz mais por ele, que não me é nada, do que a filha que se está nas tintas nem que ele esteja em paragem cardio-respiratória (a não ser que isso signifique dinheiro, não estou a exagerar é autêntico), eu que não lhe peço nada em troca a não ser respeito e carinho, eu que não quero o dinheiro dele para nada ao contrário da filha que só o visita quando precisa, eu que nunca lhe pedi nada, eu que continuo a sobreviver mesmo que ele não exista, eu que não lhe devo nada, eu que deixei o meu pai sozinho para estar com eles, eu que não fui para os meus sogros para estar com eles...
Eu não quero isto, eu não tenho idade para aguentar e calar, não estou para isso.
2008 vai com toda a certeza ser um ano diferente.
É altura de pôr toda esta mágoa para trás das costas e começar a tratar as pessoas tal como elas merecem, independentemente de quem seja. Umas com amor, carinho e respeito e outras tantas com desprezo...
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